quinta-feira, 23 de junho de 2016

Operação Custo Brasil prende 8 acusados de fraude com empréstimo consignado

Um dos presos, o ex-ministro Paulo Bernardo é transferido de Brasília para São PauloJosé Cruz/Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) cumpriu, nesta quinta-feira (23), oito mandados de prisão preventiva como parte da Operação Custo Brasil. A 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo havia ordenado a prisão de 11 acusados de envolvimento em um esquema de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento, mas um deles, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, já estava preso em Curitiba, e dois, que não tiveram os nomes divulgados, não foram encontrados.
Está prevista para as 18h de hoje a chegada de seis dos presos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, de onde devem ser encaminhados para a Superintendência da PF na capital paulista. Entre eles, está o ex-ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão Paulo Bernardo. Dois acusados já estão na carceragem da PF, na Lapa. Um deles é o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia da Silva.
Também foram cumpridas hoje 11 ordens de condução judicial, das 14 que foram concedidas. Em três casos, as pessoas citadas não foram encontradas.
O Ministério Público Federal e a PF avaliam que foram desviados mais de R$ 100 milhões do sistema de gestão de crédito consignado do Ministério do Planejamento no período de 2010 a 2015.

De acordo com as investigações, agentes públicos e políticos recebiam pagamentos ilegais a partir do contrato feito com a empresa Consist Software para gerir o crédito consignado – empréstimos com desconto em folha – para servidores públicos federais. Os serviços da empresa eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que aderiam a essa modalidade de crédito. O inquérito indica que. desse montante, 70% eram desviados para empresas de fachada.
A Operação Custo Brasil foi desencadeada após depoimentos de delação premiada do ex-vereador de Americana, em São Paulo, Alexandre Romano.

Segundo as investigações, Romano tinha um grupo de empresas em seu nome e de parentes próximos que eram usadas para ocultar a origem do dinheiro desviado do contrato com a Consist e fazer pagamentos em benefício do PT. Em contrapartida, o ex-vereador ficaria com cerca de 20% dos valores movimentados pelas empresas de fachada.
Paulo Bernardo
De acordo com as denúncias, a partid dos contratos falsos, os recursos chegavam aos destinatários finais, entre eles o ex-ministro Paulo Bernardo, preso na manhã de hoje em Brasília.

“O dinheiro sempre saia da Consist, a empresa envolvida, era repassado aos parceiros, que eram esses operadores da lavagem de dinheiro, que eram empresas, em muitos casos de fachada. Não havia prestação de serviço. Em muitos casos, simulava-se prestação de serviços. Esse dinheiro chegava aos parceiros e era, então, distribuído para os destinatários finais. Na ponta da cadeia sempre estavam esses agentes políticos e públicos”, detalhou o procurador Andrey Borges de Mendonça.
Secretário municipal
O procurador disse que um dos presos, o secretário municipal de Gestão de São Paulo, Valter Correia da Silva, atuou para que os desvios continuassem a ocorrer e recebeu um percentual dos recursos ilícitos. “O secretário de Gestão de São Paulo tinha um cargo em uma das secretarias no ministério responsável pela renovação dos acordos de cooperação técnica. Ou seja, o senhor Valter era a pessoa responsável por manter o esquema em vigor”, enfatizou Mendonça.
Correia foi secretário de Gestão do Ministério do Planejamento de 2005 a 2007. De fevereiro de 2011 a novembro de 2012, ocupou a Secretaria Executiva Adjunta e, de novembro de 2012 e fevereiro do ano passado, chefiou a Assessoria Especial para Modernização da Gestão da pasta. Em março de 2015, foi convidado para trabalhar com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Em Brasília, Exército faz jornada de sensibilização à ameaça terrorista


 
A jornada contou com a participação do General César Leme, do Comando Militar do Planalto, e de gerentes e diretores ligados ao turismo, consumo e esporte no Distrito FederalElza Fiuza/Agência Brasil

O Comando Militar do Planalto promoveu hoje, em Brasília, a jornada de Sensibilização de Ameaça Terrorista, destinada aos setores públicos e privados. O evento contou com a participação de gerentes e diretores de diversas áreas ligados ao turismo, consumo e esporte no Distrito Federal. O objetivo é a capacitação dos agentes para ações preventivas em relação às ameaças terroristas e garantir o clima pacífico durante os Jogos Olímpicos 2016.
O evento reuniu representantes dos ministérios da Defesa e da Justiça, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), do Governo do Distrito Federal e de órgãos de segurança pública, além de militares das Forças Armadas. Ao longo do dia, ocorrem apresentações sobre noções de terrorismo e reflexos para os Jogos Olímpicos, ações preventivas antibombas, operações interagências, campanha de conscientização à ameaça terrorista e defesa química, biológica, radiológica e nuclear, entre outros.


O general César Leme, do Comando Militar do Planalto, faz palestra para gerentes e diretores de setores ligados ao turismo, consumo e esporte  Elza Fiuza/Agência Brasil
Segundo o comandante Militar Urbano, general César Leme Justo, é importante preparar a segurança para evitar ataques. “Estamos em processo de preparação das tropas, são vários estágios para desenvolver. O Brasil não tem histórico de ataques terroristas, mas a Olimpíada chama a atenção para isso e não podemos deixar que aconteça”, disse.
O general afirmou que medidas preventivas estão sendo tomadas e que o país está preparado para combater ataques. “Estão sendo realizadas varreduras, fiscalização e controle de entrada e saída. Estamos avaliando os riscos para identificar ameaças. O Brasil está preparado para responder a qualquer ameaça, temos integração entre as forças e estaremos de prontidão”, ressaltou.
O coordenador geral de Análise de Terrorismo da Abin, José Carlos Cunha, falou sobre a importância do trabalho em conjunto. “As forças nacionais e estaduais precisam trabalhar em conjunto. Já avançamos muito desde os primeiros eventos e para as olimpíadas precisamos estar fortes. Não temos experiência com ataques terroristas, mas a ameaça existe. E por não ter essa experiência, identificar é mais difícil”, disse.
Setor privado
Além dos órgãos de Segurança Pública e das Forças armadas, gerentes e diretores de diversas áreas ligados ao turismo, consumo e esporte no Distrito Federal participam da jornada. O supervisor de segurança da Rede Plaza Brasília Hotéis, Ednaldo Lins, falou sobre a importância da atividade. “É um evento de grande importância. Já temos parceria com o Exército há algum tempo e essa apresentação é importante por termos um grande fluxo de hospédes e ter o conhecimento é relevante para a prevenção”, ressaltou.


O coordenador-geral de Análise do Terrorismo da ABIN, José Carlos CunhaElza Fiuza/Agência Brasil
Para o gerente de segurança do Alameda Shopping, Jorge André Pires, capacitar as equipes ajuda na identificação de ameaças. “O evento é importante, pois nos capacita e nos mostra como identificar e agir em caso de atentados terroristas. Já estamos capacitando todas as nossas equipes de trabalho, não só a segurança, para saber identificar os suspeitos. O evento do Exército vai ajudar muito nesse combate”, relatou.
Campanha
O Ministério da Defesa, em parceria com a Abin e o Ministério da Justiça, iniciaram uma campanha informativa que faz parte do Plano de Sensibilização e Dissuasão a Ameaças Terroristas. O objetivo é alertar a população do Rio de Janeiro e demais cidades que receberão competições, sobre possíveis ameaças durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016.
A campanha consiste na distribuição de folderes, cartazes e cartilhas, além da disponibilização desse material para os órgãos públicos e empresas ligadas ao turismo, consumo e esporte. A ação está prevista no Estágio de Percepção de Ameaças Terroristas (Epat), realizado no início deste ano, com o objetivo de orientar profissionais que vão exercer atividades diretamente envolvidas no evento esportivo, como trabalhadores de redes hoteleiras, funcionários de empresas de ônibus e metrô, guardas municipais, integrantes da administração de pontos turísticos, motoristas de táxi e voluntários do Comitê Organizador Rio 2016.



O coronel Nascimento, representando o Ministério da Defesa Elza Fiuza/Agência Brasil
A campanha tem o intuito de fazer com que as pessoas envolvidas na Olimpíada fiquem mais atentas e aptas a detectar e informar situações incomuns e atitudes suspeitas, multiplicando a capacidade de reação dos órgãos de segurança.
As ações do estágio estão sendo feitas desde fevereiro nas quatro áreas de competicão do Rio – Barra, Deodoro, Copacabana e Maracanã – e nas cidades-sede do futebol – Manaus, Brasília, Salvador e São Paulo.
As atividades incluem ciclos de palestras que abordam noções do terrorismo contemporâneo, estrutura brasileira de enfrentamento a eventuais ameaças, procedimentos de prevenção adotados internacionalmente e protocolos a serem seguidos pelos órgãos de segurança.
Fonte Agência Brasil

segunda-feira, 13 de junho de 2016

Loteria específica poderá ser criada para casos de calamidade pública

 Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR) reúne-se na quarta-feira (15) para analisar uma pauta com quatro itens. Entre eles, está proposta de Dário Berger (PMDB-SC) que regulamenta a realização, pela Caixa Econômica Federal, de concursos especiais de loterias, cuja renda líquida deverá ser destinada para cidades em estado de calamidade pública.
A proposta de Dário Berger (PMDB-SC) é relatada por Elmano Ferrer (PTB-PI), que apresentou voto favorável à aprovação.
Com o objetivo de agilizar o sorteio, o PLS 56/2016 propõe que a Caixa realize o concurso no prazo máximo de 20 dias, contados da data de reconhecimento do estado de calamidade pública do município por parte do governo federal.
O projeto também estabelece que a Caixa repasse diretamente aos municípios, no prazo máximo de três dias, os recursos cabíveis, devendo então o município prestar contas ao seu Tribunal de Contas ou, na falta desse, ao Tribunal de Contas do Estado, no prazo máximo de 120 dias contados da data de recebimento do recurso.
"Essa proposta obviamente não tem a pretensão de substituir ou dispensar as ações previstas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil, apenas de conferir uma fonte ágil de recursos adicionais para que os municípios em estado de calamidade pública possam oferecer um socorro emergencial", esclarece Berger na justificativa da sua proposta.
A divisão do bolo
De acordo com o projeto, 58% do montante arrecadado nesses concursos específicos serão destinados ao rateio entre as cidades. Ferrer acolheu uma emenda apresentada posteriormente por Berger determinando que 28% do arrecadado será destinado aos vencedores do sorteio, sobrando 5% para a Caixa e 9% aos lotéricos.
"A rapidez no enfrentamento às calamidades é fundamental e exige a imprescindível disponibilidade de recursos, visando à execução de ações de socorro, assistência às vítimas que muitas vezes perdem tudo e o restabelecimento de serviços essenciais", argumenta Ferrer no relatório.
A comissão também pode votar relatório de José Medeiros (PSD-MT) que pede a rejeição do PLS 163/2015, de Ronaldo Caiado (DEM-GO). A proposta reserva 10% dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) para programas de desenvolvimento da Região Integrada do Distrito Federal e Entorno (Ride).
Na justificativa, Caiado argumenta que o DF já tem um fundo próprio, o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), além de receber um percentual do próprio do FCO.
Fonte Agência Senado

sábado, 4 de junho de 2016

Muhammad Ali, lenda do boxe, morre aos 74 anos nos EUA

SCOTTSDALE, Arizona (Reuters) - O ex-campeão mundial dos pesos pesados ​​Muhammad Ali, uma das figuras mais conhecidas do século 20 em razão de sua carreira lendária no boxe, talento como showman e posições políticas, morreu na sexta-feira aos 74 anos, nos Estados Unidos.
Ali, que sofria há muito tempo da doença de Parkinson, que prejudicou sua fala e fez o atleta quase um prisioneiro em seu próprio corpo, morreu um dia após ser internado em um hospital na região de Phoenix com problemas respiratórios.
Ainda assim, a declaração do jovem Ali sobre ele mesmo como "o maior" soou verdadeira até o fim para milhões de pessoas no mundo que o admiravam por sua coragem, tanto dentro como fora do ringue.
Juntamente com uma temível reputação como um lutador, ele falou contra o racismo, a guerra e a intolerância religiosa, enquanto projetava uma confiança inabalável e humor, tornando-se um modelo para os afroamericanos, no auge da era dos direitos civis.
"Muhammad Ali foi um dos maiores seres humanos que já conheci", disse George Foreman, que perdeu para Ali no Zaire em uma luta histórica em 1974 intitulada "Rumble in the Jungle" (a luta na floresta).
Ali gozava de popularidade que transcendia o mundo dos esportes, embora tenham sido raras suas aparições em público nos seus últimos anos.
Como primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama disse que Ali era "um homem que lutou por nós" e o colocou no panteão dos líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.

"Sua luta fora do ringue lhe custou seu título e sua posição pública. Isso lhe rendeu inimigos à esquerda e à direita, fez com que fosse insultado e quase o mandou para a prisão. Mas Ali se manteve firme. E sua vitória nos ajudou a nos acostumar com a América que reconhecemos hoje", disse Obama em comunicado. 
O diagnóstico de Parkinson de Ali veio cerca de três anos depois que ele se aposentou do boxe em 1981.
Ele lutou contra a doença por três décadas, mas realizou diversas aparições públicas incluindo na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Atlanta em 1996, acalmando o tremor do Parkinson em suas mãos o suficiente para acender a tocha olímpica. Ele também participou da abertura das Olimpíadas de Londres em 2012, parecendo frágil em uma cadeira de rodas.
Sua influência vai muito além do esporte. Ali se tornou o porta-voz não oficial de milhões de negros e grupos oprimidos ao redor do mundo por se recusar a comprometer suas opiniões e enfrentar autoridades brancas.
Tributos ocorreram ao redor do mundo nos esportes, entretenimento e política.
"Perdemos um gigante hoje. O boxe se beneficiou dos talentos de Muhammad Ali, mas não tanto quanto o gênero humano se beneficiou de sua humanidade", disse Manny Pacquiao, boxeador e político das Filipinas, onde Ali lutou contra seu arqui rival Joe Frazier pela terceira vez em uma disputa brutal em 1975 apelidada "Thrilla in Manila."
O jogador brasileiro Pelé escreveu em sua conta de Instagram: "O universo esportivo acaba de sofrer uma grande perda. Muhammad Ali era meu amigo, meu ídolo, meu herói".
Em um reino onde atletas normalmente batalham contra a falta de articulação além de seus oponentes, Ali era conhecido como o lábio de Louisville e amava falar - especialmente sobre si mesmo.
"Pessoas humildes, eu descobri, não chegam muito longe", disse ele uma vez a um jornalista.
Suas provocações podiam ser brutais. "Joe Frazier é tão feio que quando ele chora, suas lágrimas dão a volta e descem pela sua nuca", disse ele uma vez. Ele também apelidou Frazier de "gorila", mas depois pediu desculpas e disse que tinha sido apenas para promover a luta.  
Uma vez perguntado sobre seu legado preferido, Ali disse: "Eu gostaria de ser lembrado como um homem que venceu o título dos pesos pesados três vezes, que era bem humorado e que tratava a todos direito. Um homem que nunca desprezou aqueles que o admiravam... que defendeu suas crenças... que tentou unir toda a humanidade através da fé e do amor.
"E se isso for muito, então eu acho que eu aceitaria ser lembrado apenas como um grande boxeador que se tornou um líder e um campeão do seu povo. Eu nem ligaria se as pessoas esquecessem quão bonito eu era."
Ali nasceu em Louisville, Kentucky, em 17 de janeiro de 1942 como Cassius Marcellus Clay Jr., nome de um abolicionista da escravidão no século XIX. Ele mudou seu nome após se converter ao islamismo.
Ali deixa sua mulher, Lonnie Williams e seus nove filhos.
Fonte Reuters

Muhammad Ali, lenda do boxe, morre aos 74 anos nos EUA

SCOTTSDALE, Arizona (Reuters) - O ex-campeão mundial dos pesos pesados ​​Muhammad Ali, uma das figuras mais conhecidas do século 20 em razão de sua carreira lendária no boxe, talento como showman e posições políticas, morreu na sexta-feira aos 74 anos, nos Estados Unidos.
Ali, que sofria há muito tempo da doença de Parkinson, que prejudicou sua fala e fez o atleta quase um prisioneiro em seu próprio corpo, morreu um dia após ser internado em um hospital na região de Phoenix com problemas respiratórios.
Ainda assim, a declaração do jovem Ali sobre ele mesmo como "o maior" soou verdadeira até o fim para milhões de pessoas no mundo que o admiravam por sua coragem, tanto dentro como fora do ringue.
Juntamente com uma temível reputação como um lutador, ele falou contra o racismo, a guerra e a intolerância religiosa, enquanto projetava uma confiança inabalável e humor, tornando-se um modelo para os afroamericanos, no auge da era dos direitos civis.
"Muhammad Ali foi um dos maiores seres humanos que já conheci", disse George Foreman, que perdeu para Ali no Zaire em uma luta histórica em 1974 intitulada "Rumble in the Jungle" (a luta na floresta).
Ali gozava de popularidade que transcendia o mundo dos esportes, embora tenham sido raras suas aparições em público nos seus últimos anos.
Como primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama disse que Ali era "um homem que lutou por nós" e o colocou no panteão dos líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.

"Sua luta fora do ringue lhe custou seu título e sua posição pública. Isso lhe rendeu inimigos à esquerda e à direita, fez com que fosse insultado e quase o mandou para a prisão. Mas Ali se manteve firme. E sua vitória nos ajudou a nos acostumar com a América que reconhecemos hoje", disse Obama em comunicado. 
O diagnóstico de Parkinson de Ali veio cerca de três anos depois que ele se aposentou do boxe em 1981.
Ele lutou contra a doença por três décadas, mas realizou diversas aparições públicas incluindo na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Atlanta em 1996, acalmando o tremor do Parkinson em suas mãos o suficiente para acender a tocha olímpica. Ele também participou da abertura das Olimpíadas de Londres em 2012, parecendo frágil em uma cadeira de rodas.
Sua influência vai muito além do esporte. Ali se tornou o porta-voz não oficial de milhões de negros e grupos oprimidos ao redor do mundo por se recusar a comprometer suas opiniões e enfrentar autoridades brancas.
Tributos ocorreram ao redor do mundo nos esportes, entretenimento e política.
"Perdemos um gigante hoje. O boxe se beneficiou dos talentos de Muhammad Ali, mas não tanto quanto o gênero humano se beneficiou de sua humanidade", disse Manny Pacquiao, boxeador e político das Filipinas, onde Ali lutou contra seu arqui rival Joe Frazier pela terceira vez em uma disputa brutal em 1975 apelidada "Thrilla in Manila."
O jogador brasileiro Pelé escreveu em sua conta de Instagram: "O universo esportivo acaba de sofrer uma grande perda. Muhammad Ali era meu amigo, meu ídolo, meu herói".
Em um reino onde atletas normalmente batalham contra a falta de articulação além de seus oponentes, Ali era conhecido como o lábio de Louisville e amava falar - especialmente sobre si mesmo.
"Pessoas humildes, eu descobri, não chegam muito longe", disse ele uma vez a um jornalista.
Suas provocações podiam ser brutais. "Joe Frazier é tão feio que quando ele chora, suas lágrimas dão a volta e descem pela sua nuca", disse ele uma vez. Ele também apelidou Frazier de "gorila", mas depois pediu desculpas e disse que tinha sido apenas para promover a luta.  
Uma vez perguntado sobre seu legado preferido, Ali disse: "Eu gostaria de ser lembrado como um homem que venceu o título dos pesos pesados três vezes, que era bem humorado e que tratava a todos direito. Um homem que nunca desprezou aqueles que o admiravam... que defendeu suas crenças... que tentou unir toda a humanidade através da fé e do amor.
"E se isso for muito, então eu acho que eu aceitaria ser lembrado apenas como um grande boxeador que se tornou um líder e um campeão do seu povo. Eu nem ligaria se as pessoas esquecessem quão bonito eu era."
Ali nasceu em Louisville, Kentucky, em 17 de janeiro de 1942 como Cassius Marcellus Clay Jr., nome de um abolicionista da escravidão no século XIX. Ele mudou seu nome após se converter ao islamismo.
Ali deixa sua mulher, Lonnie Williams e seus nove filhos.
Fonte Reuters

Muhammad Ali, lenda do boxe, morre aos 74 anos nos EUA

SCOTTSDALE, Arizona (Reuters) - O ex-campeão mundial dos pesos pesados ​​Muhammad Ali, uma das figuras mais conhecidas do século 20 em razão de sua carreira lendária no boxe, talento como showman e posições políticas, morreu na sexta-feira aos 74 anos, nos Estados Unidos.
Ali, que sofria há muito tempo da doença de Parkinson, que prejudicou sua fala e fez o atleta quase um prisioneiro em seu próprio corpo, morreu um dia após ser internado em um hospital na região de Phoenix com problemas respiratórios.
Ainda assim, a declaração do jovem Ali sobre ele mesmo como "o maior" soou verdadeira até o fim para milhões de pessoas no mundo que o admiravam por sua coragem, tanto dentro como fora do ringue.
Juntamente com uma temível reputação como um lutador, ele falou contra o racismo, a guerra e a intolerância religiosa, enquanto projetava uma confiança inabalável e humor, tornando-se um modelo para os afroamericanos, no auge da era dos direitos civis.
"Muhammad Ali foi um dos maiores seres humanos que já conheci", disse George Foreman, que perdeu para Ali no Zaire em uma luta histórica em 1974 intitulada "Rumble in the Jungle" (a luta na floresta).
Ali gozava de popularidade que transcendia o mundo dos esportes, embora tenham sido raras suas aparições em público nos seus últimos anos.
Como primeiro presidente negro dos Estados Unidos, Barack Obama disse que Ali era "um homem que lutou por nós" e o colocou no panteão dos líderes dos direitos civis Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela.

"Sua luta fora do ringue lhe custou seu título e sua posição pública. Isso lhe rendeu inimigos à esquerda e à direita, fez com que fosse insultado e quase o mandou para a prisão. Mas Ali se manteve firme. E sua vitória nos ajudou a nos acostumar com a América que reconhecemos hoje", disse Obama em comunicado. 
O diagnóstico de Parkinson de Ali veio cerca de três anos depois que ele se aposentou do boxe em 1981.
Ele lutou contra a doença por três décadas, mas realizou diversas aparições públicas incluindo na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Atlanta em 1996, acalmando o tremor do Parkinson em suas mãos o suficiente para acender a tocha olímpica. Ele também participou da abertura das Olimpíadas de Londres em 2012, parecendo frágil em uma cadeira de rodas.
Sua influência vai muito além do esporte. Ali se tornou o porta-voz não oficial de milhões de negros e grupos oprimidos ao redor do mundo por se recusar a comprometer suas opiniões e enfrentar autoridades brancas.
Tributos ocorreram ao redor do mundo nos esportes, entretenimento e política.
"Perdemos um gigante hoje. O boxe se beneficiou dos talentos de Muhammad Ali, mas não tanto quanto o gênero humano se beneficiou de sua humanidade", disse Manny Pacquiao, boxeador e político das Filipinas, onde Ali lutou contra seu arqui rival Joe Frazier pela terceira vez em uma disputa brutal em 1975 apelidada "Thrilla in Manila."
O jogador brasileiro Pelé escreveu em sua conta de Instagram: "O universo esportivo acaba de sofrer uma grande perda. Muhammad Ali era meu amigo, meu ídolo, meu herói".
Em um reino onde atletas normalmente batalham contra a falta de articulação além de seus oponentes, Ali era conhecido como o lábio de Louisville e amava falar - especialmente sobre si mesmo.
"Pessoas humildes, eu descobri, não chegam muito longe", disse ele uma vez a um jornalista.
Suas provocações podiam ser brutais. "Joe Frazier é tão feio que quando ele chora, suas lágrimas dão a volta e descem pela sua nuca", disse ele uma vez. Ele também apelidou Frazier de "gorila", mas depois pediu desculpas e disse que tinha sido apenas para promover a luta.  
Uma vez perguntado sobre seu legado preferido, Ali disse: "Eu gostaria de ser lembrado como um homem que venceu o título dos pesos pesados três vezes, que era bem humorado e que tratava a todos direito. Um homem que nunca desprezou aqueles que o admiravam... que defendeu suas crenças... que tentou unir toda a humanidade através da fé e do amor.
"E se isso for muito, então eu acho que eu aceitaria ser lembrado apenas como um grande boxeador que se tornou um líder e um campeão do seu povo. Eu nem ligaria se as pessoas esquecessem quão bonito eu era."
Ali nasceu em Louisville, Kentucky, em 17 de janeiro de 1942 como Cassius Marcellus Clay Jr., nome de um abolicionista da escravidão no século XIX. Ele mudou seu nome após se converter ao islamismo.
Ali deixa sua mulher, Lonnie Williams e seus nove filhos.
(Reportagem adicional de Brendan O'Brien em Milwaukee e Frank McGurty em Nova York)